01 - SAMBA JAZZ, DE RAÍZ
(Cláudio Jorge)
Vou pedir passagem pra explicar meu samba
É tipo samba jazz, mas ele tem raiz
Se liga nesse toque, o rótulo proclama
É linguagem africana, assim a história diz.
Essa modelagem me sacode a cama
Fazendo a minha vida sempre por um triz
Vem com baixo de pau, mas swing de bamba
É pura malandragem que me faz feliz
O samba é bom de se tocar
Bom de improvisar
De qualquer jeito fica bom
Mas quando o samba encontra o jazz
Alguma coisa se refaz
Dá pra perceber no som
Tá lá no que tocou o J. T. Meireles
No baixo do Luizāo e no Don Salvador
No Edson Machado e no Wilson das Neves
O groove lá do jazz que o samba arredondou
Arranjo, violāo e guitarra solo: Cláudio Jorge
Baixo acústico: Zé Luiz Maia
Bateria: Wilson Das Neves
02 - DENISE
(Cláudio Jorge e Nei Lopes)
Tanto que eu fiz
E Denise me lesou
Cometeu mais um deslize e azulou
Arrebentou as varizes
E teve uma crise de hemoptise, segundo alegou.
Denise me lesou
E comentou com Marise e com Jojo
Que precisava de um freezer pro calor
Se mandou pra Perdizes ou Marataízes
Levando de leasing um refrigerador
Denise me lesou
Vou pedir pra uma outra Denise,
Que tem mais juízo, Denise forçar.
Pra ver se ameniza essa falta de siso
Esse falso sorriso de hipnotizar
Oh! Denise se reorganize
Legalizo o que preciso for
Mas Denise se sensibilize
E me indenize no que me lesou.
Arranjo, violāo e guitarra: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Participaçāo especial
Humberto Araújo: Sax tenor e barítono
03 - CORAÇĀO LAN HOUSE
(Cláudio Jorge)
Você vem no Facebook
Com a maior cara de pau
Vem me dando um cutuque
Pra amizade virtual
O que deu nessa cabeça
Apagou tua memória
Como pode essa ideia
Totalmente sem noção
Não há tecnologia, nem mandinga ou fantasia
Que me faça deletar tamanha desilusão
Eu, que já fui o teu domínio
Amarguei com o declínio de um amor
Que parecia ser tāo bom
As coisas do teu mundo tāo real
Me fizeram muito mal
E eu quis a separação
E agora junto com a modernidade
Vens com ares de saudade junto a mim
Querendo enfim compartilhar
Nāo vem de play que eu nāo estou de pause
Teu coração é uma lan house
Qualquer um pode entrar.
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Marcelinho Moreira: Tamborim e pandeiro
05 - DOCE REALIDADE
(Wilson Moreira e Cláudio Jorge)
É ela, é ela
Foi a certeza que tive quando te encontrei
Portela, Portela
És o retrato daquilo que um dia eu sonhei
Foi assim: céu azul e um canavial
Uma águia pousada sobre um cristal
O som dos tambores abria pra mim
Portas, janelas de um mundo sem fim
De repente eu estava cantando este samba
Que me ensinava caminhos para o meu viver
Conselhos de bambas
Que me tornava um sambista sem eu perceber
Desde então eu só vivo felicidade
Já foi sonho, hoje é doce realidade
Portela pra sempre no meu coração
Ela é a fonte mais bela da minha inspiração
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Participaçoões especiais:
Fernando Merlino: piano
Mauro Diniz: voz
-
07 - O PESO DE UM NÃO
Cláudio Jorge
O peso de um não…
O peso de um não…
É grito de guerra, revolve a terra
Tira o pé do chão
O peso de um não dói no coração
Espinho cravado, é mais que pesado
Não tem dimensão
O peso de um nāo…
O peso de um nāo…
Destrói as vitrines, provoca os crimes
Faz revoluçāo
O peso de um nāo nos tira a visāo
Me olhei no espelho, buscando conselho
Perdi a razāo
Sim! Eu disse sim!
Paixão iludida
E a vida bandida
Te negou pra mim
O peso de um não…
Sinal de solidão
Fez soar as notas mais tristes
Nas cordas do meu violāo
Me tornou cigarra
Gritando na barra
De um sol de verão.
Arranjo e violāo: Cláudio Jorge
Baixo acústico: Zé Luiz Maia
Bateria: Camilo Mariano
Bongô: Peninha
04 - VILA ISABEL
(Cláudio Jorge e Manduka)
Vila Isabel pôs um bonde nos meus trilhos
Pra não deixar mais a pé meu coração
Agora vou visitar quem mora longe
Se você quiser que eu chegue
É só dizer aonde
Todas as luzes da indústria de automóvel
Não acenderam a minha inspiração
Mas quando eu vi esse bonde no caminho
Vi que na barra do mundo eu não vou sozinho
Passa na rua do amor
Passa no que passou e no que passará
Passa em todo o lugar
Onde houver uma pena querendo passar
No túnel da solidão
Na ladeira que sobe e que desce a paixão
E que desaparece naquela
Avenida Brasil da ilusão.
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Participaçāo especial:
Leonardo Amuedo - Guitarra solo
06 - CURIOSIDADE
(Wilson das Neves e Cláudio Jorge)
Confesso nāo entendi quando vieram me contar
Você com essa estória de saber como é que eu vou
Nāo sei qual o motivo pra você se preocupar
Já faz tanto tempo, o que se passou?
A curiosidade que você me revelou
Serviu de inspiração pra eu cantar assim
A felicidade vai sorrir de novo
Você ainda vai ouvir alguém falar em mim
Dirāo que estou vivendo em paz
Que sou feliz, vou bem de mais
Que sou tratado que nem paxá
Só de alegrias eu sei falar
Carinho e afeto vêm de bandeja
Que até em sonhos ela me beija
Ouça meu samba como um recado
As mágoas e você ficaram lá no meu passado
Arranjo, violāo e guitarra solo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
08 - MANEIRA DE DIZER
(Cláudio Jorge e Lula Queiroga)
É só uma maneira de nāo magoar mais
Respeito ao sentimento
Bem sei que só palavras
Nāo vāo explicar, nāo
No fundo meu peito sabe de nós
E como a vida nos uniu
Vamos assim vivendo o nosso momento
Tāo junto, maior
Essa é a maneira que encontrei pra te dizer
Que o nosso amor nunca vai morrer
Essa é a maneira que encontrei pra te contar
Que nosso amor nunca vai passar
Tem desejo, tem ciúme deixa cicatriz
Tem carinho pra seguir feliz
Depois tem dia de cāo
De sol, de renascer
Nāo vamos nos culpar
Entāo deixar ouvir
A voz do coração
Essa é a maneira que encontrei pra te dizer
Que o nosso amor nunca vai morrer
Essa é a maneira que encontrei pra te contar
Que nosso amor nunca vai passar
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Marcelinho Moreira: Tamborim e ganzá
09 - PAIXÕES IMORTAIS
(Cláudio Jorge e Paulo César Pinheiro)
Talvez não haja mais
As paixões imortais
Como eu creio que seja a nossa
Hoje elas vêm com o luar
E antes do sol raiar se vão
Mas perder os sinais
Das paixões imortais
Eu não creio que a alma possa
São chamas, são ânsias no coração.
Em poesia as paixões imortais
Quem escreve a imagem que faz
É de um barco ancorado no cais
Ao sabor do sal, da água do mar que adoça
Tendo o mar, tendo cais, creio eu, que jamais
Vão ter fim as paixões imortais.
Arranjo e violāo: Cláudio Jorge
Baixo acústico: Zé Luiz Maia
Bateria: Camilo Mariano
Participaçāo especial
Kiko Horta: Acordeon
11 - ROGANDO UMA PRAGA
(Cláudio Jorge)
Você quer comandar, me dirigir
Só quer impor, aqui e ali.
Tua verdade tem que ser
Pra toda gente igual.
Quer ser dono de mim
Dono de tudo, e se puder, dono do mundo.
Presta atenção, você assim vai se dar mal.
O teu comportamento egoísta
Só te faz deixar à vista
Um caráter que não engana,
Vê-se a olho nu.
Bem que eu podia aproveitar a rima
Mas vou nivelar por cima
Até o fim, ouve o meu a.é.i.o.u.
Usa não. Deixa o meu.
Eu sou eu.
Ninguém manda mim.
Não gosto, não concordo, não aceito.
Não tolero teu defeito.
Dá linha na pipa
Porque tá guardado o que é teu.
Pois quando for chegada a tua hora
E o teu nome entrar pra história,
A memória do planeta vai ser teu algoz.
E a tua família, filho e neto,
E também os teus bisnetos,
Saberão como você
Fez mal pra nós.
Arranjo, violāo e guitarra solo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
13 - UMA ILUSĀO A MAIS
(Cláudio Jorge e Nei Lopes)
Uma ilusão a mais
Um sonho a mais, talvez
Sentir porém
Isso outra vez
É bom demais
É flutuar no ar
Na vasta imensidão
É velejar num lago azul
Bem manso de paz
Quantas vezes a existência das coisas reais
Não tem a importância de um sonho fugaz
De um pião colorido
De um balão de gás
Um sonho de criança
Uma ilusão a mais
Um sonho a mais, talvez
Sem freios, sem meios,
Sincero porém
Mesmo que seja ilusão
Devolveu a um velho coração
A emoção de bater por alguém
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo acústico: Zé Luiz Maia
Bateria: Camilo Mariano
15 - VOCÊ PRA MIM EU SOU PRA VOCÊ
(Ivan Lins e Cláudio Jorge)
É bom viver a vida nos amando
Por isso você fez quando eu pedi
Um brinco assim na orelha
Retoques na sobrancelha,
Aquela cor de batom que eu sempre quis.
Te dá prazer me fazer feliz.
Eu gosto de viver te agradando
Me desdobrando para o teu prazer.
Já estou largando o cigarro,
Já troco as flores do jarro,
Preparo o que você gosta de comer
Fazendo tudo pra te prender
Você pra mim e eu sou pra você.
O que vivemos
É um dom sagrado
É o alimento de mais valor
Deus deu para o homem e pra mulher
O amor.
É bom viver a vida nos amando
Por isso faço o que você me diz:
Um brinco assim na orelha,
Retoques na sobrancelha,
Aquela cor de batom que você quis.
Me dá prazer te fazer feliz.
Eu gosto de te ver me agradando
Se desdobrando para o meu prazer.
Já está largando o cigarro,
Já troca as flores do jarro,
Prepara aquilo que eu gosto de comer
Fazendo tudo pra me prender
Você pra mim e eu sou pra você
O que vivemos
É um dom sagrado
É o alimento de mais valor
Deus deu para o homem e pra mulher o amor
Arranjo e violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Participações especiais
Fátima Guedes
Ivan Lins: piano
Locuçāo: Reinaldo Figueiredo
Agradecimentos especiais:
Agradeço aos amigos que colaboraram generosamente com o meu “cráudiofunding”, especialmente a Marcelo Moutinho, Hugo Sukman, Caio Tibúrcio, Aluízio Maranhão, Dorina, Vinito, Aldi Matos, Ginaldo de Souza, Cordão do Boitatá, Guilherme Barros, Noélia Pinho Leite, Marcão e Bete Mendes e Mart’nália. Beijos em todos.
Agradecimentos também, por tudo, a Felício Torres, Januário Garcia, Mariana Maiara, Renata Ahrends, Gabriel Versiani, Rodrigo Duarte, Arnaldo Bloch, Augusto Martins e ao Centro da Música Carioca, na figura de seu gestor Rubens Kurin
10 - TREM DA CENTRAL
(Cláudio Jorge e Ivan Wrigg)
Vem o trem
Que atrasou outra vez
Da Central
Vem trazendo um destino comum
Vem um trem
Nem um tostão nem vintém
Da Central
Não empurra que dá cada um
E o trem
Cartão de ponto final
Da Central
Tinha alguém pendurado que eu vi
Vem o trem
É um por dez, dez por cem
Da Central
A esmola pro cego, quem deu?
Vem o trem
Alguém roubou quem não tem
Da Central
E esse corpo colado no meu
E o trem
Chegou ao ponto final
Dá Central
Olha aí o quintal do Brasil
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Timbales, reco e congas: Peninha
Participaçāo especial
Frejat: voz e guitarra solo
12 - VAI SER BOM SER SEMPRE ASSIM
(Wanderson Martins e Cláudio Jorge)
Vejo o mundo mais bonito
Pelo foco dessa lente
Que revela sem segredos
O que a nossa alma sente
Fico mais iluminado e você resplandecente
A felicidade quando olho para a gente
A brisa soprando na madrugada
Minha e a tua respiração
As gotas de orvalho naquela flor
Teu corpo suando fazendo amor
Na nossa visão tudo é tão afim
Vai ser bom ser sempre assim
É o nosso olhar transformando a vida
Fazendo a esperança não ser perdida
Arranjo, violāo: Cláudio Jorge
Baixo elétrico: Ivan Machado
Bateria: Camilo Mariano
Participaçāo especial
Itamar Assiére: piano
14 - COM A FEÉ QUE DEUS ME DEU
(Cláudio Jorge)
Feliz sou eu
Com a fé que Deus me deu
Feliz sou
Feliz sou eu
Com a fé que Deus me deu
Batizado e crismado
Fui na infância um cristão
Rezei em colégio de padre
Já fiz muita comunhão
Mas o tempo tem segredos
E hoje vivo bem assim
Sou Ogã de Oxalá
Foi pelas mãos de Babamim
Toquei sino de budista
Quando estive no Japão
Marçal tava junto comigo
Lembro bem da emoção
Recolhi pedra vulcânica
Pro Exú que Cacau assentou
E na Igreja Messiânica
Ismael Silva me levou
Com Peri e Seu Sete Flechas
A jurema com eles provei
Dancei com Camisa Preta
Pro Seu Sete da Lira toquei
Pai Joaquim me deu cantiga
A Ogum da Ronda me apeguei
E Seu Tranca, Farrapo e Pilintra
"Nas encruzas" já saudei.
Já cantei num templo Hindu
Mas sou do povo do dendê
Sou um filho de Oxum
Com meu pai Obaluaiê
Aproveito essa roda
Pra juntar meu pessoal
Do Ilê Otá Odara
Aonde manda o auto astral
Arranjo e violāo: Cláudio Jorge
Clarinete: Dirceu Leite
Walter D'Ávila; guitarra solo
Victor Neto: flauta
Luís Filipe de Lima: violāo de 7 cordas
Cacau D'Ávila: atabaque
texto do encarte
Samba Jazz, de raiz
Neste ano em que me aproximo velozmente dos 70, lanço este “Samba Jazz, de raiz”, meu novo álbum autoral, que mais tempo levei para produzir. É o disco, muito por conta disso, mais artesanal, detalhista, elaborado com muita calma. E não porque eu tenha planejado dessa forma, mas foi assim que ele se impôs nos seis anos de trabalho.
O disco tem a ambição de ser síntese, manual de usuário para aqueles que tiveram contato com meu jeito de tocar violão, guitarra, compor e fazer arranjos, nos meus discos e nos discos de centenas de amigos.
Meu primeiro disco, em 1980 na Odeon, revelava o que eu pretendia em relação à música quando vim lá do Cachambi. Foi um disco de “MPB”, onde eu interpretava samba, baiāo, valsa, tocava violão e guitarra sem ter noção de que um dia seria deliciosamente abduzido pelo universo do chamado “samba de raiz”. Além do aperfeiçoamento no trabalho como violonista de samba nos estúdios, esse “sequestro” gerou meus discos “Coisa de Chefe” e “Amigo de fé”, junto com as parcerias com os grandes bambas que foram chegando.
“Samba Jazz, de raiz” é uma volta ao projeto inicial da juventude, uma homenagem às guitarras, as do jazz e as do rock, um reencontro com o baiāo, tcha-tcha-tcha, valsa, com uma luz especial sobre as sutis influências do jazz na minha forma de compor e tocar, fruto de um jazz suburbano que ouvi na infância, carregado de samba. Bola Sete, Jorge Santos, Hélio Delmiro, Pixinguinha, o disco da Elza Soares com Wilson das Neves e as apresentações de jazz no Mackenzie, no Méier, que nāo presenciei mas imaginei, ouvindo os relatos de João Nogueira. Tudo isso misturado aos discos do Glenn Miller, Tommy Dorsey, Wes Montgomery, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Dolores Duran, Django Reinhardt, Elvis Presley, Louis Armstrong e tantos outros da discoteca de meu pai, que sempre entrava em ação aos domingos.
“Samba Jazz, de raiz” é uma volta ao projeto inicial marcada principalmente pela inclusão de “Trem da Central”, parceria com meu primeiro parceiro Ivan Wrigg e “Vila Isabel”, parceria com Manduka, que fizeram parte do repertório dos meus primeiros discos na Odeon.
“Samba Jazz, de raiz” é o meu barco que sai da roda pra contar histórias em outras margens de um mesmo litoral. Essa viagem é dedicada às memórias de Peninha e Wilson das Neves, músicos que atuaram neste trabalho e que, assim como Wilson Moreira, meu mais recente parceiro, se ausentaram antes deste lançamento. É dedicado também, mais uma vez, ao meu eterno produtor que pilota tudo de lá, Paulinho Albuquerque, um mestre na organização deste trânsito entre o samba e o jazz.
Agradecimentos afetuosos a Rodrigo Lopes e Frejat. Gratidāo eterna.
(Cláudio Jorge –2019)
Gravado, mixado e masterizado por Rodrigo Lopes no Estúdio Dubrou (Frejat), entre março de 2014 e março de 2017
Produçāo Artística: Cláudio Jorge e Rodrigo Lopes
Produçāo executiva: Cláudio Jorge
Fotos: Januário Garcia
Fotos do encarte: Mariana Maiara
Projeto gráfico: Felício Torres
Cláudio Jorge usa violão Lineu Bravo e guitarra elétrica Ibanez acústica
Um produto da Mills Records