Nei Lopes
Vila Isabel, fevereiro, 2001.
A Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, sonho do autor destas linhas que já está quase virando realidade, consigna: “CLÁUDIO JORGE [de Barros] (1949- ) – Violonista, guitarrista, compositor e cantor nascido no Rio de Janeiro, RJ. Instrumentista de sotaque acentuadamente brasileiro, é frequentemente requisitado para gravações e espetáculos no Brasil e no exterior. Compositor, é parceiro de Martinho da Vila, Cartola, João Nogueira e Nei Lopes, entre outros, em canções gravadas por vários intérpretes da música popular brasileira. A partir do final da década de 1990, tornou-se também conhecido e respeitado como arranjador e produtor musical”.
Evidentemente que, por servirem a um texto de enciclopédia, as informações aí em cima são frias e calculadas. Mas o Cláudio Jorge é muito mais, querem ver só?
Neto e filho de jornalistas boêmios e festeiros, CJ foi picado muito cedo pelo vírus da música. E, rapazola ainda, já estava ele abraçado ao violão, com o qual acompanhou, inclusive, Ismael Silva e Clementina de Jesus. Foi esse violão que levou CJ ao exterior, tocando com Sivuca, para ter sua arte admirada na Europa, na África, nos Estados Unidos e no Japão. Arte de músico solista e acompanhante que mereceu elogios de gente como, por exemplo, o gaitista Toot Stileman. E que, nos anos 70, o levou ao disco, em uma gravação na Alemanha, ao lado de Sebastião Tapajós e Joel Nascimento, e em outra brasileira, pela antiga Odeon, na qual também soltava a voz.
Mas, ao mesmo tempo em que aparecia e se internacionalizava, participando, inclusive, do CD “Brasileiro”, de Sérgio Mendes, premiado com o Grammy, CJ, na parceria com João Nogueira, voltava ao seu quintal suburbano, do Cachambi. E pela mão de Martinho da Vila chegava à avenida.
Pois há mais de dez anos, é de CJ o violão que, na avenida, dá o tom e a harmonia para os sambas da Unidos de Vila Isabel. E essa aproximação acabou, obviamente, levando-o a integrar a ala de compositores da escola, com orgulho e vibração.
O CD que agora tenho a alegria de apresentar é, de fato, “coisa de chefe”. Porque ser “chefe”, no dialeto da “terra de Noel” é fazer bem aquilo a que a gente se propõe.
Cláudio Jorge, meu parceiro em dezenas de composições, como também o é, talvez com menos freqüência, de Wilson das Neves, Luiz Carlos da Vila, Ivan Lins, Aldir Blanc, Martinho e tanta gente boa, é um grande compositor, tão bom melodista quanto letrista. E é músico de verdade, brasileiríssimo em sua arte, além de um combatente nas lutas de nossa profissão.
Com um vasto time de amigos músicos e talentosos, cercou-se deles para fazer este disco, cuja ficha técnica reúne nomes como Alceu Maia, Armando Marçal, Camilo Mariano, Carlos Malta, Carlinhos Sete Cordas, Cláudia Telles, Dirceu Leite, Fernando Merlino, Ivan Machado, Jamil Joanes, Leny Andrade, Marcelinho Moreira, Niltinho Trumpete, Ovídio Brito, Pirulito, Ricardo Pontes Roberto Marques, Gilson Peranzzetta, Cristóvão Bastos, Humberto Araújo e outros não menos importantes.
Sob o signo da arte e da amizade, CJ concebeu e co-produziu este CD inaugural do selo Carioca Discos, parceria já bem sucedida dele e Paulinho Albuquerque, cujo espírito já salta aos olhos nas fotos em p/b que fecham o encarte. Numa, os amigos Everaldo de Barros e Paulo Medeiros, jornalistas, boêmios e sobretudo cariocas, aprontam uma das suas. Na outra, o intérprete Cláudio Jorge (de Barros) e o produtor Paulinho (Medeiros) Albuquerque, olham, enternecidos, o retrato dos “velhos”.
Disco de músico, disco de poeta, disco de amigo. Coisa de Chefe.
O SAMBA MELHOR DO BRASIL
(Cláudio Jorge)
Meu samba pede passagem
Meu samba pede o ingresso
Meu samba quer homenagem
Porque meu samba ê sucesso.
Estou falando de um jeito
Que só é possível porque aconteceu
Há muito tempo eu queria
E essa alegria a vida me deu
No carnaval da Quizomba
Foi quando eu te conheci
Você vestindo Palmares
Tāo linda para Zumbi
Hoje eu me sinto contente
E já garanti minha vaga no céu
Fui convidado para a Escola de Samba de Vila Isabel.
Quando o samba esquentou, toquei
E a bateria tocou, vibrei
Senti naquele momento
Você estava ali pra ensinar
Amor liberdade, liberdade, amizade
E pra sempre sambar
Quando a Vila passou, dancei
Quando a Vila dançou, chorei
Deixo de lado a modéstia
E canto com a minha viola
O samba melhor do Brasil
Sai daqui dessa escola
Cláudio Jorge - violāo e arranjo
Jamil Joanes - baixo
Alceu Maia - cavaquinho
Carlinhos sete cordas - violāo sete cordas
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - repique, caixa, tamborim
Jaguara - repique, caixa, tamborim
Beloba - repique, caixa, tamborim
Pirulito - repique, caixa, tamborim
Trambique - repique, caixa, tamborim
Gordinho - surdo
Mart'nália, Analimar Ventapani, Claudia Telles, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
Musica incindental: Renascer das cinzas de Martinho da Vila
AMOR DE FATO
Cláudia Jorge e João Nogueira
Vamos arrumar a casa oh! nega
Vamos recomeçar o amor
Vamos abrir a janela
Que um novo sol vai entrar
Vamos limpar a poeira
E as plantas regar
O nosso amor é de fato oh! nega
Não pode se acabar
Arrumei um lugarzinho
É pequenininho mas dá pra morar
Pintei tudo de branquinho
E rezei os cantinhos com água do mar
Você vai ver que barato
Tem sala dois quartos e um pé de cajá
Chega pra cá pro mulato
Que um amor de fato não pode acabar
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mariano - bateria
Fernando Merlino - piano
Alceu Maia - cavaquinho
Carlinhos sete cordas - violāo sete cordas
Arlindo Cruz - banjo
Nelson Oliveira - trumpete
Roberto Marques - trombone
Dirceu Leite - sax alto
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - repique de māo, tan- tan
Jaguara - repique, caixa, tamborim
Beloba - repique, caixa, tamborim
Pirulito - repique, caixa, tamborim
Trambique - repique, caixa, tamborim
Gordinho - surdo
Mart'nália, Analimar Ventapani, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
Participacāo especial
Humberto Araujo - sax tenor e arranjo de sopros
NOVOS TEMPOS
Cláudio Jorge
A chuva chega e ela vem lavar.
Vem me livrar do mal.
É água fresca para aliviar meu coração
Que secou de tanto pranto derramado
Pela mágoa que se instalou no peito,
De um jeito tão perverso.
Hoje se desfaz nestes versos.
Um arco-íris se formou no céu
É um sinal que a paz
Já está de volta na minh’alma.
Sinto calma, são novos tempos enfim.
Graças a chuva que levou o rancor
Me permitindo viver outro grande amor
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mriano - bateria
Fernando Merlino - piano
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan- tan
gordinho - surdo
Cordas:
Paschoal Perrota - coordenaçāo e violino
Bernardo Bessler - spalla
Michel Bessler - violino
Antonela Pareschi - violino
José alves - violino
Joaāo Daltro - violino
Marie-Christine Springel Bessler - viola
Jesuina Passaroto - viola
Alceu Reis - cello
Iura Ranewsky - cello
Arranjo de cordas - Gilson Peranzzetta
PRINCIPIO DO IINFiINIiTO
Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila
É muito mais que imaginei
Você nem pode imaginar
Que assim, logo assim que eu olhei
Eu logo vi e aí me dei
Conta de que me vi no seu olhar
Tinha mais luz do que eu sonhei
Ou mesmo Deus pode sonhar
Por fim dei por mim me apaixonei
Sonho mais doce que eu provei
E sempre vou provar
Que é um amor bem mais
Do que o amor que faz
Apenas um amor bonito
É a guerra e a paz
Bruxas e Orixás
Princípio do infinito
É o bonde é o trem
É o zero é o cem
O silêncio e o grito
Ah! meu Deus do céu
Princípio do infinito
É o mal é o bem
A rainha e o ninguém
O normal e o mito
Ah! meu Deus do céu
Princípio do infinito
É o aqui e o além
O ateu e o amém
Mal olhado e bendito
Ah! meu Deus do Céu
Princípio do infinito
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mariano - bateria
Fernando Merlino - piano
Wanderson Martins - cavaquinho
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan- tan, pandeiro, repique de māo
Gordinho - surdo
Dirceu Leite - Clarinete e clarone
Arranjo de sopros - Gilson Peranzzetta
COISA DE CHEFE
Cláudio Jorge
O samba é a minha matriz, raiz
Presente de Deus mais puro, futuro
O samba é pra se viver
Não é coisa de vender
Vem do coração, tem mais que razão
É uma questão de ser ou não ser
O samba é pra se viver
Nāo é coisa de vender
Vem do coraçāo, tem mais que razāo
É uma questaāo de ser ou naāo ser
O samba vem pra somar
Não vem pra contrariar
Um samba de fato é coisa de chefe
E é preciso se respeitar
Levando a carroça pro seu lugar
Refrāo
Quem zomba da tradição
Não fez essa tradução:
Se vem do passado
Nos mostra o caminho
Daquilo que leva à transformação
Não venha me obrigar
Meu samba 'modernizar'
Ele é movimento, se move com o tempo
E é preciso se respeitar
Levando a carroça pro seu lugar
Cláudio Jorge - violāo, arranjo
Ivan Machado - baixo
Camilo Mariano - bateria
Fernando Merlino - piano
Wanderson Martins - cavaquinho
Carlinhos sete cordas - violāo sete cordas
Arlindo Cruz - banjo
Armando Marcal - caixa, tamborim
Ovídio Brito - pandeiro, cuíca, tamborim
Marcelinho Moreira - repique de māo, tan- tan caixa e tamborim
Jaguara - caixa, tamborim
Beloba - caixa, tamborim
Pirulito - caixa, tamborim
Trambique - repique, caixa, tamborim
Gordinho - surdo
Mart'nália, Analimar Ventapani, Viviane Godoi, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
O QUE É CARNAVAL
Wilson das Neves e Cláudio Jorge
E assim meu carnaval vai embora
Minha felicidade voa mundo afora
Dizem que as coisas mudaram com o tempo
Mas viraram do avesso o meu sentimento
Minha alma tamborim que chora
Coração pandeiro batendo no peito
Este samba é pra botar pra fora
A esperança que eu tenho de se dar um jeito
Me lembro daqueles momentos em plena avenida
Que a gente dançava esquecendo da vida
Pois era a alegria o fator principal
O enredo da Escola de Samba tinha fundamento
Do lado de fora ou da corda pra dentro
Era sintonia de igual para igual
Me lembro daquele sambista descendo a favela
E hoje eu vejo pintada na tela
Aquela imagem de tempos atrás
Poemas de Heitor, Monsueto e Nelson Sargento
Que eternizaram aqueles momentos
Lembrando os bons tempos dos meus carnavais
Me lembro que a Escola de Samba era como família
Que não se trocava, nem por uma milha
Pra se desfilar na Escola rival.
Respeito e afeto havia pelo pavilhão
E fidelidade ao nosso estandarte
Era questão de honra e de coração
Me lembro daquele passista ciscando na pista
E hoje o que eu vejo é muito turista
Clicando seus flashes achando normal
Meu samba é pra ver se essa gente assume a coragem
De abrir o caminho e pro povo passagem
Pra ele mostrar o que é carnaval
Cláudio Jorge - violāo e arranjo
Jamil Joanes - baixo
Camilo Mariano - bateria
Wanderson Martins - cavaquinho
Filipe Lima - violāo sete cordas
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim, cuíca
Marcelinho Moreira - repique, caixa, tamborim, tan-tan
Jaguara - repique, caixa, tamborim
Armando Marçal - repique, caixa, tamborim
Beloba - repique, caixa, tamborim
Pirulito - repique, caixa, tamborim
Trambique - repique, caixa, tamborim
Gordinho - surdo
Mart'nália, Analimar Ventapani, Viviane Godoi, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
E o vento levou
(Wilson das Neves e Cláudio Jorge)
Você foi como veio
Um amor que sem freio
Disparou em nós essa emoção
Confiamos em nós nos perdemos
Achando imbatível a nossa paixão.
Os momentos em que nos amamos,
Vivemos, cantamos, deixamos passar.
Confiamos em nós nos perdemos
Ficando a vontade do tempo voltar.
A saudade foi o que sobrou
Deste amor que brincou
Ao julgar ser capaz.
De prever, de cuidar, de zelar
De nutrir, de salvar, de guardar
Ser a nossa proteção
Deixou marcas na alma a lição
E hoje só o coração
Pra agüentar essa dor
és a folha que o vento levou
E eu atrás perseguindo
Buscando-te em vão.
Cláudio Jorge - violāo, arranjo
Ivan Machado - baixo
Camilo Mariano - bateria
Fernando Merlino - piano
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan- tan caixa
Gordinho - surdo
Participaçāo especial: Wilson das Neves
Panela na pia
(Jamil Joanes e Cláudio Jorge)
Eu fiz uma peixada legal.
Não tem mais ninguém de barriga vazia.
Quero ver quem que vai encarar
um montão de panela na pia.
Fui pedir pra Carla Peres
Lavar a panela onde tava o pirão.
Me olhou de cara feia dizendo:
-Naquilo eu não boto a mão
Então consultei Caetano, ele disse:
-Não posso eu já vou pra Bahia.
Quero ver quem que vai encarar
Um montão de panela na pia.
Dei um toque pro Edmundo
Mandou de primeira cheio de pimenta:
-Pode deixar que eu lavo,
Mas lá na cozinha o Romário não entra.
Tentei convencer Luxemburgo
Mas sua elegância não lhe permitia.
Quero ver quem que vai encarar
Um montão de panela na pia.
Chamei o Bill Clinton na xinxa:
“Vem cá meu compadre, tu tá na minha área”.
Foi saindo de fininho,
Ele tava de olho numa secretária.
Apelei para o Fernando Henrique,
Não pode porque o protocolo o impedia.
Quero ver quem que vai encarar
Um montão de panela na pia.
Já tava desanimado
Com aquele problema sem ver solução,
Quando batendo uma bola
Vi lá na banheira o Gugu e o Faustão.
Eles quiseram saber
Se lavando domingo o Ibope subia
Quero ver quem que vai encarar
Um montão de panela na pia.
Cláudio Jorge - violāo e arranjo
Jamil Joanes - baixo
Camilo Mariano - Bateria
Wanderson Martins - cavaquinho
Carlinhos sete cordas - violāo sete cordas
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan-tan, pandeiro
Gordinho - surdo
Participaçāo especial: Toque de Prima
SOLIDARIEDADE HUMANA
Cláudio Jorge
É...
Essa vida é dura de se entender
Vou vivendo, vou pagando pra ver
Onde é que eu vou chegar
Canções, violões, pandeiros
Mil corações
Vivendo a noite das ilusões
Onde eu fui te encontrar
Se sentou junto de mim,
Me olhou no fundo assim
Me deitou na tua cama e adeus
Foi só solidariedade humana
Cláudio Jorge - violāo e arranjo de base
Jamil Joanes - baixo
Camilo Mariano - Bateria
Itamar Assiére
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim, ganzá
marcelinho Moreira - tan-tan
Gordinho - surdo
Cordas:
Paschoal Perrota - coordenaçāo e violino
Bernardo Bessler - spalla
Michel Bessler - violino
Antonela Pareschi - violino
José alves - violino
Joāo Daltro - violino
Marie-Christine Springel Bessler - viola
Jesuina Passaroto - viola
Alceu Reis - cello
Iura Ranewsky - cello
Participaçoões especiais:
Newton Rodrigues - trumpete
Cláudia Telles - vocal e arranjo vocal
Analimar Ventapane - vocal
QUANDO TOCO NA VIOLA
(Ivan Lins e Cláudio Jorge)
Quando toco na viola
Lembro do velho Cartola
E do Nelson Cavaquinho
Gente que me deu escola
Desde o tempo da vitrola
Feito os papos do Paulinho
Emoção dessas que a lágrima desce
Quando a inspiração
No coração aparece e planta uma canção
Feito uma rosa que cresce
Nos jardins da nossa alma
Quando toco na viola
Fica bom bater uma bola
Com Ovídio no pandeiro
A imaginação decola
Penso no Brasil agora
Pensado por Darcy Ribeiro
Pataxós, negros, Tupis, Guaranis
Nas missas, nos ebós
Povos de vários perfis
Que deram para nós
A cara desse pais
Pintada em seus quinhentos anos
Quando toco na viola
Essa herança quilombola
Me leva pra rodar o mundo
Levo dentro da sacola
Toda a minha curriola
Dos tempos do Pedro II
Viajar, é semear a saudade
Pra depois voltar
Cheio de felicidade
Poder transformar
Sonhos em realidade
Combinados na partida
Quando toco na viola...
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mariano - bateria
Fernando Merlino - piano
Arlindo Cruz - banjo
Nelson Oliveira - fluguelhorne
Roberto Marques - trombone
Ricardo Pontes - flauta
Dirceu Leite - clarinete
Ovídio Brito - pandeiro, cuíca, ganzá
Marcelinho Moreira - tan- tan
Gordinho - surdo
SÓ VOCÊ
Cláudio Jorge e Luiz Alfredo Milleco
Quem nāo viu seu amor duvidar e fugir
Quem nāo viu todo amor nāo ter mais fim
quem nāo reinventou a razāo de sorrir
Nem sentiu que a vida é mesmo assim
Quem nāo soube entender
Coraçāo sem bater, só você
Quem nāo quis aprender
A ficar sem sofrer, só você.
Quem já nāo errou um dia?
Quem já nāo pediu perdāo?
Quem já nāo cedeu?
Quem já nāo cansou?
Quem já nāo desceu ladeira?
Quem carrega seu mundo
Na palma da māo, só você
Quem confunde fraqueza
Com ingratidāo, só você
Cláudio Jorge - violāo e arranjo
Ivan Machado- baixo
Camilo Mariano - Bateria
Fernando Merlino - piano
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan-tan, repique de māo
Gordinho - surdo
Participacāo Especial: Jose Carlos Bigorna
flautas em C e G
ESTRELA CADENTE
Cláudio Jorge e Nei Lopes
Uma estrela desceu de lá do céu
E num faixo de luz me iluminou
Pousou dentro de mim
Pra fazer tudo se acender
Estrela cadente que subitamente me fez renascer
Mas um dia essa estrela resolveu
Regressar pro lugar onde nasceu
Foi pra beira do mar
Se deitou, se deixou levar
Num floco de espuma
Num gesto de pluma flutuou no ar
Mas lá no céu onde está
Vez por outra ela vem
Calma, serena, me visitar
Vem num sonho bom, vem num despertar
Num lampejo de inspiração
Num raio de sol, num calmo luar
Numa doce recordação.
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mriano - bateria
Fernando Merlino - piano
Wanderson Martins - cavaquinho
Filipe Lima - violāo sete cordas
Zé Nogueira - sax soprano
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - tan- tan
Gordinho - surdo
Mart'nália, Analimar Ventapani, Claudia Telles, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
Cordas:
Paschoal Perrota - coordenaçāo e violino
Bernardo Bessler - spalla
Michel Bessler - violino
Antonela Pareschi - violino
Joseé alves - violino
Joaāo Daltro - violino
Marie-Christine Springel Bessler - viola
Jesuina Passaroto - viola
Alceu Reis - cello
Iura Ranewsky - cello
Arranjo de cordas - Cristóvāo Bastos
SAMBA PRO LUIZĀO MAIA
Cláudio Jorge
Cláudio Jorge - violāo e arranjo de base
Jamil Joanes - baixo
Camilo Mariano - bateria
Alceu Maia - cavaquinho
Fernando Merlino - piano
Nelson Oliveira - trumpete
Roberto Marques - trombone
Dirceu Leite - flauta
Humberto Araujo - sax soprano
Ovídio Brito - pandeiro, tamborim
Marcelinho Moreira - repique, caixa, tamborim
Jaguara - repique, caixa, tamborim
Armando Marçal - repique, caixa, tamborim
Beloba - repique, caixa, tamborim
Pirulito - repique, caixa, tamborim
Trambique - repique, caixa, tamborim
Gordinho - surdo
Arranjo de sopros: Fernando Merlino
Participaçāo especial: Leny Andrade
Foto: Everaldo de Barros
CÔCO SACUDIDO
(Cláudio Jorge e Nei Lopes)
Chacoalha o corpo, balance e estremeça
Que pra cabeça não se tem coisa melhor.
Queime um punhado de tuia-fundanga
Solte essa franga e toque fogo no paiol.
Bota pra fora esses troços estranhos
E tome um banho de aroeira com timbó.
Pegue o mal de surpresa, dê um nó
E despache a tristeza num ebó.
Toque esse barco sereno, sem pressa
Não entre nessa de remar contra a maré.
Se está gostoso, não jante afobado,
Guarde um bocado desse bolo pro café.
Quem cospe brasa é porque comeu fogo
Esconde o jogo que depois se vê qual é.
Pegue o mal de surpresa pelo pé
E despache a tristeza pra Guiné.
Faça da vida um cachimbo de barro
Que até com sarro é bom de se saborear.
Vá sempre em frente mas cuide do jarro
Não deixe o carro na frente do boi passar.
Após os maus sempre vem bons instantes
Não veio antes mas depois sempre virá.
Bote a melancolia no jacá
Que ele mesmo esvazia lá no mar.
Cláudio Jorge - violāo, arranjo de base
Ivan Machado - baixo
Camilo Mriano - bateria
Fernando Merlino - piano
Gordinho - surdo
Carlos Malta - sax soprano, flauta em C, flautim
Carlos Vega - tuba
Eliezer Rodrigues - bombardino
Lulu Pereira - trombone
Nelson Oliveira - trumpete
Mart'nália, Analimar Ventapani, Viviane Godoi, Marcelinho Moreira, Ary Bispo, Cavalo, Cláudio Jorge - coro
Participacāo especial: Nei Lopes
Arranjo de sopros - Carlos Malta
FICHA TÉCNICA
Produçāo Fonográfica: CARIOCA DISCOS
Produçāo Artistica: Paulinho Albuquerque
Gravado e mixado em Protools 24 Mix no Estúdio Discover - Rio de Janeiro julho/agosto de 2000
Técnicos de gravaçāo: Rodrigo Lopes e Guilherme Reis
Técnico de mixagem: Guilherme Reis
Auxiliares: pedro Burckauser e André Coelho
Masterizaçāo: Ofinina de Audio e Video
Capa e diagramaçāo: Mello Menezes e José Feijó
Fotos: Bruno Veiga.
Foto na base do CD: Everaldo de Barros